sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Desejo

No link a baixo um psicanalista vai falar sobre o Desejo, desde sua conceituação até em suas variantes, do ponto de vista psicanalítico.
Segundo o autor o desejo surge da nossa violência aos instintos humanos através da linguagem. O desejo nem sempre pode ser prazeroso, ele também pode ser paradoxal e tem relações diretas com a Raiva e o Medo, que segundo ele pode nos ajudar a construir desejos saudáveis.

Link do vídeo:
http://video.google.com/videoplay?docid=4754530610793896406#

4 comentários:

  1. Será que é possível o controle dos desejos? Qual é a receita para a sublimação de nossos desejos?
    Desafio vocês a responderem essas perguntas.

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  2. O que eu mais achei interessante e empírico na entrevista foi a afirmação de que a tecnologia nos permite perpetuar um desejo indefinidamente, sem frustrá-lo ou satisfazê-lo e aí trocá-lo. Isso ficou muito patente, mas ao mesmo tempo fica encoberto para todos. Daí a compulsão que nós temos de ficar constantemente online, de passarmos horas à frente do computador e, quando saímos, desejarmos voltar, apesar de termos feito supostamente o que procurávamos.

    Em um ponto da entrevista, que também achei muito interessante, ele afirma que o amadurecimento consiste em nos constituirmos enquanto portadores e fim do nosso próprio desejo. Ocorre como que uma integração daquilo que estava projetado para o mundo exterior. O desejo troca constantemente de objeto porque ele é fugidio. Essa característica deve-se ao objeto do desejo encontrar-se não lá fora, mas dentro do sujeito, e este estar iludido e inconsciente disso.

    Acho que a maturação do indivíduo, segundo a entrevista, ocorre nessa ordem:
    Instinto > Desejo inconsciente > Desejo consciente > Conscientização do objeto do desejo no indivíduo
    Acho que a sublimação começa com o desejo conscientizado (não reprimido).

    Quanto à primeira pergunta, acho que teríamos que definir primeiro o que seria esse "controle dos desejos". O que seria controlar desejos? O que ocorre quando controlamos nossos desejos?

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  3. Gostei das suas observações Charles, contudo gostaria de acrescentar e comentar.

    Acredito que o objeto não está no sujeito e sim o desejo em si, o que fica muito aparente na entrevista é o autor categorizar o desejo em bom e mau, um desejo mau como sendo de fácil e rápida realização, aqui acho que o conceito foi pouco aprofundado ou não ficou tão claro. Entendi que o desejo mau, é aquele que a realização foi tão rápida que a pessoa não teve tempo de sonhar, experimentar, acreditar, decepcionar-se com ele e depois retomá-lo para si novamente. O desejo mau é aquele que pode haver a vazão do desejo do sujeito, contudo esse desejo não é sentido em suas manifestações e sim o objeto que posteriormente vai perder sua significação.

    Então posso entender que essa troca constante de objetos dá origem ao "espírito" consumista do sujeito, ai a palavra "consumo" se encaixa bem, quando entendo que o sujeito está tentando dar vazão ao desejo através do consumo de coisas.

    A psicanálise entende que sem objeto o desejo não tem vazão, é através do objeto que o desejo tem sua fluides.

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  4. Bem, é difícil dizer o que penso a respeito. Não que o objeto do desejo esteja no sujeito. Aliás, é e não é isso. Eu diria que o sujeito projeta seu buraco existencial nos objetos exteriores. Quando ele vivencia essa necessidade tal qual é, sem projetá-la, então ele pode satisfazê-la. Então, de certo modo, no final das contas, o objeto do desejo, e o próprio desejo, encontram-se no sujeito. O próprio psicanalista diz que após divagar por variados objetos o sujeito finalmente pode integrá-los (ele não usa essa palavra, mas penso que é algo assim).

    Acho interessante fazer uma referência ao Budismo, uma grande escola filosófica oriental que há milênios estuda os desejos. Buda condena os desejos e diz que por causa deles o homem sofre. Por isso a mente do homem é como um macaco que fica de galho em galho e nunca se satisfaz plenamente. O início de um desejo começa na satisfação do último desejo. Na via óctupla que conduz à iluminação o aluno tem que se conscientizar de seus desejos e estar plenamente ciente deles, sem perdê-los de vista. Penso que a repressão do desejo torna-o compulsivo. Sua conscientização o minora. Talvez sua completa conscientização possa desconstruí-lo, mas isso é teoria...

    Já para Jung o desejo é expressão da libido, que não é só sexual. A atração por certo objeto está relacionada com os aspectos simbólicos que o objeto tem em relação ao sujeito. Este carece desses aspectos que são vivenciados no objeto. No momento em que o sujeito for capaz de vivenciar esses aspectos em si mesmos, tornando-os conscientes, tenderá a não sentir mais atração pelo objeto. Nesse sentido o objeto encontra-se, no final das contas, no sujeito...

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